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Escola de princesa!? Como Assim?

Ontem li uma matéria sobre uma escola em Minas Gerais, e que agora chega em Sao Paulo, que propõe uma formação completa de princesa para crianças entre 4 e 16 anos que passa por conceitos de estética, postura, boas maneiras e etiqueta social. Aí a gente se pergunta. Você como mulher e mãe foi feliz com esse conceito embutido em nossa infância? A espera de um príncipe encantado que vai mudar sua vida e te tornar feliz para sempre. A devoção ao lar e paciência aos maltratos de “bruxas” horrorosas que no final vão ser retribuidos pelo amor de sua “alma gêmea”. A ditadura da beleza que nunca se encaixa em nossos moldes.

E você quer passar tudo isso pra sua filha? Precisa mesmo?

As histórias de princesas que conhecemos bem foram criadas em uma época em que a mulher não tinha voz e foram feitas para as mulheres se sentirem satisfeitas dentro daquela posição limitada. Hoje em dia o mundo é completamente diferente e é fundamental que as mulheres não caiam nesse truque velho e degradante que lhes é imposto. Semana passada rolou um vídeo em um dos grupos de mães no WhatsApp em que uma menina que devia ter uns 6 anos passava por notas de R$50 e dizia o que iria comprar com elas, ela dizia coisas do tipo Barbie, batom, anel, shopping, salto alto… enquanto o menino passava pelas notas e apenas repetia rapariga. Obviamente as crianças foram treinadas por adultos mas é de um mal gosto impressionante. Esses adultos acham isso engraçado, acham que esse estereótipo de comportamento feminino e masculino é bonitinho. Quando na verdade apenas gera mulheres consumistas e homens machistas que vão ser pessoas vazias e extremamente infelizes.

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Mas, nem tudo está perdido, porque no meio da indigestão que a notícia dessa escola me deu li hoje sobre uma cidade chilena de Iquiaque que criou um curso de ‘desprincesamento’ para meninas.

Montado pelo Escritório de Proteção de Direitos da Infância de Iquique para quebrar padrões de gênero, eles criaram um seminário de “desprincesamento” para meninas entre 9 e 15 anos com atividades como aulas de defesa pessoal, cantorias e atividades manuais que lhes permitem refletir sobre o conceito de ser mulher, beleza e felicidade. Mais infos na Page do Facebook.

“Buscamos dar a elas ferramentas para que elas cresçam como meninas livres de preconceitos, empoderadas e com a convicção de que são capazes de mudar o mundo, e que não precisam de um homem do lado para isso”, disse o coordenador do Escritório de Proteção de Direitos da Infância, Yury Bustamante.

A escola também abre espaço para debates sobre desigualdade de gênero mas com elementos que elas possam entender e se identificar, tudo com o objetivo das meninas criarem uma oportunidade de incorporar outros elementos na construção de sua identidade como meninas. E o melhor de tudo é que a escola teve todas suas vagas rapidamente preenchidas e a oficina deve se repitir outras vezes ao longo do ano.

Claro que não precisamos proibir nossas crianças de assistir qualquer filme de princesas da Disney mas eles podem ser vistos com um olhar diferente. São apenas histórias que não precisam marcar e delinear o futuro das meninas. :)

 

Cantora, compositora, atriz, apresentadora de TV, blogueira, mãe e geek.